A gente se olhou pela janela. Ela, que estava
deitada bem quietinha só levantou os olhos curiosos para aquela gente diferente
de nariz vermelho que tinha chegado. Fomos nos aproximando... mas, foi chegar
na porta do quarto e quase entrar que ela abriu o berreiro.
Eu, Dra. Flor, e a Dra. Malagueta assustamos,
recuamos, mas não fomos embora. Pela janela ela não chorava. Agora, mostrava um
pouco de receio. Então, passou uma funcionária do hospital, que já é amiga
minha, e mostrou por sinais que aquele é o jeito dela se comunicar, que a
garotinha tinha medo é do jaleco, não da gente... Huuummm!
Devagarzinho fomos pra porta e dissemos: "Não,
a gente não vai entrar, só viemos entregar um beijo pra ti!" O beijo era
em forma de bolha de sabão.
Ela olhou curiosa. Só que o vento estava ao
contrário e o "beijo" ficava voltando pra gente... aiii... Sorte que
eu tinha levado meu super ventilador de bolso. Sopra "beijo" de
sabão, joga vento dali, torcida de lá, um estouro, mais uma tentativa... todo
aquele esforço ía aos poucos soltando o riso e permitindo nossa entrada, quando
vimos já estávamos lá dentro e, finalmente, o beijo chegou!
A gente comemorou rindo juntos, nós, ela, o pai. E
aí percebemos que entramos demais! Ixi! Saímos tropeçando e nos despedimos de
longe, cheios de riso no olhar.
Relato da Dra. Flor - Gabriela Leite, num dia em que estava acompanhada pela Dra. Malagueta - Paula Bittencourt. Já a foto, é do Cristiano Prim.
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