24/07/2017

Existem segredos que devem ser contados...


Certo dia, estávamos eu e o Dr. Jubi visitando a UTI. Esta é uma unidade bastante delicada e por isso, a responsabilidade era grande. Quando entramos, a unidade estava cheia. Muitos profissionais circulavam entre o balcão e os leitos.
A recepção já foi uma festa... Revimos alguns profissionais que conhecíamos... Conhecemos novos... A acolhida, o carisma, o encontro, a potência, a alegria, a cumplicidade se ergueram rapidamente, como um balão de gás livre voa pelo ar.
Após brincarmos no balcão com os funcionários e levantarmos informações sobre os pacientes, especificidades e restrições, seguimos para o primeiro atendimento. Encontramos uma criança acordada, que nos olhava com muita curiosidade. Apresentamo-nos para a criança (que devia ter 2 ou 3 anos) e contamos para ela um segredo, de um amigo nosso, o peixinho.
O segredo é contado por meio de uma canção sobre um peixinho que faz: Nada!!! Nada!!! Nada!!! E que se apaixona por uma peixinha que... adivinhe... faz: Nada!!! Nada!!! Nada!!!
A criança que, inicialmente estava aquietada, rapidamente fez reluzir os olhos, brilhantes. Um suave sorriso despontou em seu rosto e suas mãozinhas balançaram com suavidade no ritmo da música e gesto de um peixinho a nadar. Fizemos uma pequena coreografia balançando nossas mãos e braços, encantando ainda mais a menina.
Quando percebemos, a nossa volta os funcionários formavam uma plateia, observando e se encantando com a relação dos palhaços doutores com a criança. Eles começaram a brincar com a funcionária responsável pela paciente, dizendo que ela teria que manter a música que encantava a criança. Na mesma hora, eu e o Dr. Jubi prontamente ensinamos a música do peixinho e a coreografia que havíamos acabado de inventar.
Os funcionários assistindo, foram ao delírio... e deixamos a enfermeira e a criança cantando e dançando juntas, acompanhadas por muitos olhares brilhantes e sorrisos.


Relato da Dra. Esmeralda – Débora de Matos, num dia em que estava acompanhada do Dr. Jubi – Egon Seidler. Já a foto, é do Diogo G. Andrade.

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